mOmA

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Inspirado na viagem real de Marcelo de Troi a América em 2012 transformado em friccao, entretenimento para um viajante em terra estrangeira com trilha sonora. Clique em cima dos citados pra saber informações sobre.

Imagem quadro de Gauguin ‘O espírito dos mortos à espreita

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mOmA

aaaaaaaaaa
grito que abre a garganta
pleno pulmões

pra extirpar o ciúme corrosão,
voltas no Central Park,
transpiração dentro do moletom,

amor-separação,
mais uma dor cravada na recordação,
a ecoar como sinos no crânio.

A neve cai como sêmen,
raízes no ventre da terra suga a água gelada
árvores crescem mesmo no frio, não sentem calafrios,

relva oculta no branco,
flores aguardam a primavera e o exuberante verão,

qualquer broto que brota,
a vida ganha da morte.

Um gato em cima do Dakota edifício LennonPolanski,
caça um corvo,
fugitivo da meia-noite,
pula de telhado em telhado,
bica em plena luz do dia a memória de Poe.

No metrô perdeu-se nos entrocamentos subterrâneos,
salta na estação Bronx,
câmeras suspensas no concreto tudo registrando,

nos corpos dos afro-americanos,     (clique em cima ‘nos corpos’ e ouça trilha)
nas dança, na fala, no canto,
caleidoscópica sintonia,
direitos civis pulsando,

voltou a pé hip hop pro hotel via Harlem,
faça a coisa certa teimando.

Manhattan chegada,
nas mãos bouquet paz-amor rosas brancas,
reencontro,
perdão,
outra vez juntos na imensidão,

pulou dentro do conversível sem abrir a porta,
retrospectiva 2012 radiofônica,
em todos os cantos, acontecimentos simultâneos.

MOMA se impõe no meio das notícias,
entra no seu roteiro de turista,

das sombras explodem cores,
paredes apoiam centenas de pintores,
Picasso, Magritte, Van Gogh,  Cezanne,
protegidos da erosão do tempo,

Pollocks atrai como gravidade o olhar de todos,
Rembrandt joga sombras no claro,
Edward Hopper solidões penduradas valorizadas,

assombro diante de gigantes.

Duchamp mostrar-se nos fragmentados,
Frida Kahlo em auto-retratos,
Andy Warhol através de Liz Taylor e em latas de sopa campbell,

estômago vazio, fome,
vertigem,
desmaia aos pés de uma escultura de Michelangelo

desperta em frente da Noite Estrelada
nos braços do amante,

das eternidades volta a realidade,
barulho da cidade, ruídos sem edição,

aaaaaaaaaaaaaaaaa
não mais como grito,
agora como canto.

se o absoluto silêncio imperasse
o ouvido seria obsoleto no sem som.

Vagner Luís Alberto
Junho/2015

abaixo quadro de Magritte

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